domingo, 1 de maio de 2011

Amor de aluguel

“Para-para-para, vai com calma!” Era só o que eu pedia pra ele entre um beijo e outro, enquanto procurava oxigênio para encher novamente os pulmões. Uma de suas mãos deslizava entre minhas pernas e vez que outra, encontrava o local que ele tanto queria aquela noite, enquanto a outra segurava com força meus cabelos escondidos próximos à nuca. Sede. Desejo. Paixão. Não sei! Com um pouco mais de destreza, a mão que antes passeava morro abaixo, agora percorria minha cintura, não tão fina quanto às de modelo, e dedo após dedo, caminhava sobre ela. Era só uma questão de tempo até ele encontrar meus seios um tanto quanto flácidos.

Após contar sobre sua última transa, ainda com o corpo suado, levantou e foi ao banheiro. O balançar do seu cabelo castanho claro e com algumas mechas um pouco loiras transformavam seu rosto de boneca em o de uma mulher. “não-não, brigada” respondeu de dentro do banheiro recusando a oferta de um cigarro. Sentado sobre a cama e com as costas voltadas pra parede, mirava a porta por onde ela havia entrado, esperando seu retorno.

“A conta, por favor”. Sair daquele motel sofisticado foi mais difícil do que entrar. Inúmeras perguntas de avaliação de atendimento, cadastros, pagamento, checkout do quarto e por fim, a saída. Já passava das cinco da manhã quando a deixei na porta de um sobrado no centro da cidade. Um beijo de despedia  no rosto, seguido de um abraço rápido; foi tudo que sobrou para aquele fim de noite e, literalmente, começo de manhã.

Voltando pra casa, observava o sol acordar para mais um dia, e ficava impressionado com a disposição das jovens senhoras que caminhavam pelas ruas tranquilas. Nesse momento, sorri comigo mesmo, lembrando-me do jargão que sempre repeti: “segunda-feira eu também começo”.  E, em meio a gargalhadas, liguei o som para espantar o sono, e para minha surpresa, a sua música favorita tocou, e aos poucos foi preenchendo o silêncio do banco vazio. O sorriso diminuiu, a frustração chegou e agora, uma nova pergunta revirava minha cabeça: “será que ela valia aquilo tudo?”.

9 comentários:

  1. Muito bom! - O sorriso diminuiu, a frustração chegou e agora, uma nova pergunta revirava minha cabeça: “será que ela valia aquilo tudo?”.

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  2. Preciso confessar que eu imaginei as cenas com o desenrolar da historia.

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  3. Tá cada dia melhor acompanhar teu blog, parabéns!!

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  4. Adorei!!! Os detalhes são maravilhosos!!

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  5. Só tenho uma coisinha pra dizer: Cara você é bom viu! parabéns!!!!!

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  6. cada dia uma cronica melhor ein! meus parabens brunão!

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  7. Cada uma mais profundas do que a outra ... Adorei!! Ta de parabéns pelo blog!

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  8. seu blog é maravilhoso!está cada vez melhor.

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