sexta-feira, 6 de maio de 2011

Música errada na hora certa

Onze e vinte e três de um sábado à noite. Mas, o que seria uma hora e vinte e três minutos de expectativa pra quem esperou uma noite inteira.  Mesmo após tanto tempo sentado, ainda me impressionava com a maciez do sofá da sua mãe.  A velha cadeira de balanço preta, que fazia um barulho agudo todo vez que alguém se embalava, agora estava muda. No vazio da sala, o som da TV preenchia o oco da minha cabeça e, o tic-tac do relógio ficava cada vez mais lento e a espera parecia não ter fim. 

Alguns cochilos depois, você entra pela sala e como em um passe de mágica, transforma um lindo sorriso em um bico tão grande quanto o de um tucano. Nem bem me cumprimentou e já foi partindo porta afora. “A gente vai se atrasar se você continuar dormindo!” você dizia com a voz ríspida e seca, enquanto ia em direção ao carro demonstrando raiva por eu ter cochilado; “Também pudera, você demorou um tempão”.

No rádio, uma música de Jota Quest refletiu um desejo que apesar de tudo, não parecia ser nosso: “Quer saber, já foi. Vou cuidar de mim”. O sinal ficou vermelho e o carro parou no momento em que você me olhava. Olhei de volta com a mesma arrogância com a qual fui tratado minutos antes e para minha surpresa, você deu um belo e radiante sorriso enquanto pedia desculpas e se defendia, dizendo que estava de TPM e que não tinha intenção alguma em me tratar mal. E eu não conseguia fazer outra coisa, se não sorrir de volta e colocar uma música mais agitada.

Um comentário:

  1. pára td.....qnd comecei a ler viajei a mais ou menos,uns 40 anos atras...c aquela cadeira de balanço lá!!!!...depois cê me joga Jquest .....oq?uns dez anos?...e a hgistória ficou ali ô intocável....tú é bom mesmuh....

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