Outro dia chegou atrasado e quando perguntei o motivo, saiu reclamando, dizendo que um idiota tinha cortado sua frente e por isso quase causava um acidente. Mas, nem se quer reparou que eu tinha cortado o cabelo. “Você cortou só dois dedos, como eu ia adivinhar?”. Não tinha cortado tudo isso, apenas as pontas. Mas, de que adiantaria ter ou não cortado, ele nunca iria “adivinhar”. Sempre fui carinhosa, melosa, cheia de mimos e caprichos. Me doei pra ele. Me entreguei de corpo e alma àquele amor imensurável que sentia, enquanto ele relutava e ficava sem graça em dizer que me amava na frente dos amigos.
Naquela manhã cinzenta, acordei disposta e decidida. Eu ia mudar! Não seria mais a menininha delicada e frágil que sempre precisou estar perto para se sentir protegida. Comecei desejando cores novas para minhas unhas. Vermelho-rubi, pra ver se conseguia chamar um pouco mais de atenção. Um dia de beleza, pra ver se virava uma musa do funk carioca, daquelas capazes de fazer o melhor motorista perder a linha e quase causar um acidente. Cabelo, maquiagem, contorno e uma hidratação. Me sentia uma perfeita diva e ia fazer de tudo para aquele dia ser mais do que especial, queria que ele fosse como a nossa primeira vez.
Lá pelas oito da noite cheguei em casa e tomei um banho rápido. Vesti um pretinho básico, daqueles que fica colado na bunda e deixa as pernas mais grossas. Por baixo, minha melhor lingerie. Um par de brincos vermelhos, para combinar com as unhas e um salto um tanto quanto alto, pra ficar do tamanho dele. Pronto! Agora eu estava pronta para ir à guerra e dessa vez, ele iria morrer (de tesão).
Voltei a chorar. As lágrimas agora saltavam dos olhos, feito pipoca em panela quente. A maquiagem, agora lavada com pranto, contribuía para aquela cena de horror. As mãos trêmulas se juntavam a uma vontade de sumir e nunca mais aparecer. Estava preste a morrer de desgosto quando o telefone tocou.
“Que é?” atendi com a voz embargada de tanto chorar. “você era mais educada hein?” a voz do outro lado respondeu sorrindo. Um suspiro mais forte da minha parte e ele continuou: “É o Rafael, lembra? O Rafa, amigo da Susi. Então, tô ligando porque acabei de chegar de viagem e tô chamando o pessoal pra ir pra balada, vamos comemorar minha transferência de volta pra cá. Ah, a Susi vai, daí pensei em chamar você, tá convidada viu?”.
Um tanto quanto assustada, respondi um “OK”, tão frio que até fiquei mal depois. Um carinha qualquer, que havia pegado meu número um tempo atrás, tinha acabado de me chamar pra sair. Confesso que de início, nem lembrava quem era Rafael, muito menos Rafa. Mas, de que adiantaria, a noite estava perdida. E, até hoje me pergunto: E se eu tivesse ido? E entre lágrimas e soluços, adormeci mais uma noite sozinha.
Adorei. Por um instante achei que fosse escrito por alguma mulher. Parabéns!
ResponderExcluirÀ medida que vou lendo, me encontro nas tuas histórias. Muito bom!!
ResponderExcluirTu escreves muito bem enquanto conteúdo. Teus textos são coesos, coerentes e impactantes de certa forma, mas ainda tens que te aperfeiçoar quanto a gramática e ortografia. Encontrei erros infantis de pontuação e de conjugação verbal em alguns momentos. Abraço!
ResponderExcluirGostei muito, parabéns e continue escrevendo assim.
ResponderExcluirEu gosto como vc fla do universo feminino, parabens! vou viirar fa.
ResponderExcluirNão sei se tu apagaste meu comentário anterior ou se eu nem cheguei a postar. Novamente, os enredos que você escolhe são muito bons, mas você ainda comete erros infantis de pontuação e conjugação verbal. Melhore isso e estará no nível dos melhores cronistas!
ResponderExcluirResposta ao anônimo: Agradeço as críticas e gostaria que dá próxima vez, se ela existir, você apontasse os erros.
ResponderExcluirQualquer dúvida, crítica ou sugestão, pode escrever aqui mesmo ou enviar para bruno.oliveira7788@gmail.com
Um forte abraço e continue lendo!
'E se???' vivemos cercados disto num é??será td uma imaginação?? fico me perguntanduh aq! bjo
ResponderExcluir