domingo, 15 de maio de 2011

Nostalgia

A necessidade de ficar em paz era maior do que a vontade de mexer-se outra vez. E a cada passo dado, uma certeza se confirmava. A cada respiração profunda, uma nova vitalidade preenchia velhos pulmões cansados de tantos cigarros e outras porcarias. Um sorriso se perdera em meio a tantos outros, uma boca cansada de tanto falar asneiras agora repousava sobre nova companhia e, um pranto lamentável ainda pairava sobre o coração da menina que um dia foi mulher.

Um dia, hei de lembrar-te dos verdes campos e das palmeiras onde cantava o sabiá. Da menina bonita que corria mar adentro na esperança de alcançar Iemanjá. Das estripulias que eram feitas durante as tardes entediantes de um verão contínuo. Da lágrima comovente que do seu rosto escorria ao vê-lo partir e de todo o cenário tranquilo que ficou para trás.

O tempo agora é outro, mas, a necessidade da lembrança é a mesma. Viver um tempo que não lhe pertence mais é tão bom quanto o novo tempo que ainda há de vir. O mundo vive de passado, de histórias, lembranças e de vários acontecimentos marcantes. Como podes julgar ser o seu tempo mais importante do que o do outro? Como pode não achar significância em cada ato acometido no passado? Nosso passado não deve ser ignorado, deve servir de aprendizado para o futuro.

Espero um dia encontrar um passado cujo nome seja esperança, para assim, ter a certeza de que ele será o último a morrer.

6 comentários:

  1. "A necessidade de ficar em paz era maior do que a vontade de mexer-se outra vez." =)

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  2. Lindo , lindo , lindo...
    simplimesmente fantastico...
    de todos , o mais envolvente..
    PARABENS.! ;]

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  3. eu não me canso de ler este texto, parece que ele "grita" comigo...


    continue assim,..;]

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  4. sem dúvida,esse mexeu comiguh! valeu .

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  5. O tempo agora é outro, mas, a necessidade da lembrança é a mesma.[...] Nosso passado não deve ser ignorado, deve servir de aprendizado para o futuro.
    Espero um dia encontrar um passado cujo nome seja esperança, para assim, ter a certeza de que ele será o último a morrer.

    Cofesso, esse foi o que mais me sensibilizou. Homericamente bom!!

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  6. "Viver um tempo que não lhe pertence mais é tão bom quanto o novo tempo que ainda há de vir."

    Muito bom Bruno.

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